Categoría Poesia
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Córtex e visceral
abril 3, 2020
Poesia
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Seres humanos com veias expostas. Com a matéria cerebral a mostra. A alma em dança exógena, encapsulando em um corpo artesanalmente diminuto. À tanta centelha etérea. Divina egrégora dos ânimos que pouco se calam. Que resvalam o sentir mais que escarnado, às razões do outro lado que pululam em nossa órbita. Humanos com ares de Vênus, de magia descosturada, que desbarreiram adjetivos em um glossário de emoções extintas em corações normais. De primeira imagem anormal, de sinapse entre córtex e visceral que não pousam em qualquer beira. Mas que espantam e encantam a arte de vestir um corpo humano a sua maneira. Deixando um rastro de poeira cósmica, por onde passam em terrena glória.
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Liberemo-nos espaço – no lapso temporal.
septiembre 23, 2018
Poesia
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Quando o autor da própria existência tem lampejos fora da matrix, vê a maleabilidade da realidade. E das escolhas que aprisionam. Das decisões que liberam espaços. Gigas, ou páginas de memória afetiva. Ou seletiva. Reordenemos os registros. Os balanceios do caos. Mental ou cerebral. Aquele parafuso emocional. Fora do tempo. Atemporal. Reordenemos os neurônios. E as sinapses oxidadas. Liberemos o wifi interno. Pactuando um novo prumo. Um leme apontando onde dorme. O anseio mais profundo.
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Belamente louco
junio 14, 2018
Poesia
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Se de todo louco. Se herdasse um pouco. Da descordura de ser. Servente e serviente. Da anormalidade requerida. Por um coração livre, em alma desabotoada. Toada desvestida. De aparências esperadas. Pelo lógico, obvio, aceitável ou corriqueiro. Se o isqueiro acendesse as mentes. Dementes e indelentes. Seres dormidos. Esquecidos da real essência. Aguda ou crônica. E essa crônica. Fosse uma ode a loucura. Congênita ou adquirida. Grande magia. Ou nirvana de poucos. E se a insana lucidez fosse a perene e indelével- Frequência equânime. Almejada. Vértebra ao vento. Sentimento orgânico – não adulterado. Se de todo louco. Se aprendesse um pouco. Se louvasse o outro. Que não julga. Que se expõe. Que sobrepõe. Razão e pensamento. Em compartimentos espaçados. E se o passado resultasse em algo...
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Outra vez. Avalon
mayo 21, 2018
Poesia
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Avalon nas veias. No ventre. Em outras vidas. Veludo do seu pelo. Cor de giz. A espalhar a poesia. Dos meus poros. Dos meus verbos. De um verão em pleno inverno. De ser tua navalha. Sempre pronta. A improvisar na sua rima. Lânguida e incandescente. De vapores e coíba. Indecisa. E imprecisa. Combinação. De opostos. De ar e Terra. Molhada. E deleitosa. Frase tua. Boca Nua. A cobiçar o gosto. De carvalho suado. Adentrando a colina. Logo após a névoa. Baixa. Rasa. Da dama do lago. Ao seu lado. Outra vez.
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De membros e encaixes de mentes. E sementes.
mayo 21, 2018
Poesia
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Introduza-me. A sua mente. Rugosa e evidente. Eleva-me à serpente. Surpresa e à mostra. Rouba essa calma. Selvagem e aparente. Desvenda o enigma. Descortina e afina. Essa sacerdotisa errante. Caminhante do destrilho. Colheita de historias. Era das liras violáceas. Do dedilhar dos seus desejos. E segredos de outrora. Toma-me agora. De um golpe. Sem pensar. Hesitar. Ou refugar. Avança e cavalga. Abaixo do plexo. Solar. E introduza-me a sua mente. Mente e desmente. As lembranças daquelas. Festas do fogo. E daquele povo. Dos tempos. De membros e encaixes de mentes. E sementes.
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E que me olhe com olhos de encanto. Com o toque entre a relva e o vento. Que me veja como filha de Hécate. Ninfa. Sacerdotisa ou feiticeira. Sem partituras rasas ou mãos de poucas palavras. Que me leia mais além do terceiro parágrafo da última vértebra. Mais além dos verbos, versos, gestos ou trejeitos de uma curva. Lombar. E que sinta o aroma da noite. O cheiro da brisa. Solta. Entre os cabelos. Que invoque Pan. Que invoque os elementos e arda entre matizes de carmim. Tríade. Triqueta. Pêndulo de membros entre resmas de células e celulose molhada. E que me olhe. Novamente. Com certo espanto. Talvez. Como leito, como página, onde se lê e se escreve. Como massa de pão a fermentar. Sob o calor das mãos. Que seja rio ou correnteza. Mas que flua, mesmo com o repousar dos corpos...
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Cantam os súcubos
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Cantam os súcubos
Quando o mundo vibra dentro. E quase se entende. A teoria do absurdo. Quando as palavras deslizam. Em saliva. E a tez é quase crepúsculo. Quando os flancos reverberam. Em pulsões aceleradas. E o que vibra dilacera. A razão redecorada. E se fosse perpétuo o crime. As lanças e armamentos delicados. E as estrófes rugosas. Rimassem em ritmo orquestrado.
Quando o cosmos resvala. Em um minuto eclipsado. Se calam os egos. Os verbos. E se perpetuam. Os orvalhos.
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Ode/ Oração à Temperança
julio 5, 2017
Poesia
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Que eu possa me proteger dos pensamentos de um coração atribulado. Que o vento me recorde o infinito, em uma ode à impermanência. Que o refugio esteja dentro, quando as brechas do tempo forem o melhor lugar. Para ser um Ser melhor. Que perceba o quanto a ilusão aferra a mente, quando estamos desavisados. Existindo na rotina do passar das horas. Que haja mais dias brancos. E textos sem destinatários. Que eu não espere nada. Nenhuma moeda de troca. Que o humor de sexta feira seja sentido em uma plena segunda. E toque minha música favorita, quando estiver desdobrada dormindo. Que emane o melhor da alma, que aceita, recolhe e acolhe. Que os espíritos sigam falando ao meu ouvido. Quando somente eu puder me acalmar. Que o agora seja minha melhor ferramenta...
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Solstício de veludo
junio 27, 2017
Poesia
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E eu sou a princesa dos ventos
A rainha dos tempos
Que só vive uma vez
E eu sou a que revela o momento
De rever sentimentos
Que passaram no alémE eu sou a antiga magia
A lua perdida
Que se escondeu de você
Sou a partida e a chegada
A hora marcada para não beijar outra vezE eu sou a tempestade da chuva
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A pluma crua que crava também
Sou a virgem santa desnuda
Que descobre a ternura
De amar sem refém. -
De palavras e memórias em relevo e braile do além tempo.
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Dessas vezes em que é preciso fechar um ciclo. Mascar as folhas, de coca, ou manchar as folhas de papel. Atribuir a um rosto afeto, nostalgia, carícias ou um «faz parte». Foi história. Mas, o marca página insiste em pincelar memorias de um verão de pulsões e experimentos. Carnais. Encontro, desencontro, reencontro. Reencarne. De um passado onde o condor recordava a montanha mais íngreme e as visões que guardei em silêncio, enquanto fitava os sulcos do teu rosto moreno. Atahualpa saberia o que vi. Ou às vezes, em que quase toquei a caravana cigana, entre fogueiras onde comungamos. Tu e eu. Miragens de quem vê além do tempo. E sem precisar de arcanos sabe que foi um belo encontro. E quanto mais descia ao abismo, mais me lançava à liberdade espiritual, à ascendência. De um amor. Livre...
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